Como Identificar e Tratar Problemas de Articulação em Cães

Você sabe como identificar e tratar problemas de articulação em cães?

Ver um cachorro ativo, feliz e cheio de energia é uma das maiores alegrias de qualquer tutor. Mas e quando o animal começa a evitar escadas, mancar discretamente ou simplesmente parece cansar mais rápido?

Esses pequenos sinais podem indicar algo importante: problemas de articulações em cães, uma condição que, se não for tratada com atenção, pode afetar profundamente a qualidade de vida do pet.

As articulações são estruturas complexas que permitem os movimentos suaves e sem dor. Quando algo está fora do equilíbrio — seja por lesão, desgaste ou inflamação — o cão começa a demonstrar sinais sutis de desconforto.

A boa notícia é que, com observação cuidadosa e tratamento adequado, é possível aliviar a dor, melhorar a mobilidade e devolver ao seu melhor amigo a alegria de correr, brincar e explorar o mundo.

Você saberia identificar esses sinais no seu cão?

O que são problemas articulares e por que acontecem?

Problemas articulares envolvem qualquer alteração que afete os ossos, cartilagens, ligamentos ou tendões das articulações. Podem surgir por diversos motivos, como:

  • Envelhecimento natural
  • Excesso de peso
  • Predisposição genética
  • Traumas ou lesões
  • Doenças autoimunes
  • Sedentarismo

As condições mais comuns incluem a displasia coxofemoral (principalmente em raças grandes), a artrite (inflamação das articulações) e a artrose (degeneração da cartilagem com o tempo).

Raças como labrador, golden retriever, pastor alemão e rottweiler estão entre as mais propensas a desenvolver alterações nas articulações. Mas qualquer cão, de qualquer porte ou idade, pode ser afetado — inclusive filhotes.

Como identificar e tratar problemas de articulação em cães?

Os sinais nem sempre são óbvios. Muitas vezes, o cão não chora ou reclama de dor. Ele simplesmente muda de comportamento. Por isso, é fundamental estar atento a qualquer alteração na rotina de movimentos e disposição.

Os sinais mais comuns incluem:

  • Manqueira, principalmente após repouso
  • Dificuldade para subir escadas ou pular
  • Relutância em passeios longos
  • Rigidez ao se levantar
  • Letargia ou cansaço excessivo
  • Diminuição na vontade de brincar
  • Mudança na postura ao caminhar

Um exemplo: Lara percebeu que seu cão Thor, de 8 anos, já não subia mais no sofá com a mesma facilidade.

Ele hesitava, apoiava apenas uma pata e, às vezes, desistia. Ao levá-lo ao veterinário, descobriu um início de artrose nos joelhos. Começou o tratamento e, com ajustes simples, Thor voltou a ter mais disposição.

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Diagnóstico: por que a avaliação veterinária é essencial?

Somente um profissional pode avaliar corretamente a gravidade e a causa do problema. O veterinário geralmente realiza um exame físico detalhado, avalia a resposta ao toque nas articulações e pode solicitar exames complementares, como:

  • Radiografias
  • Ultrassom articular
  • Exames de sangue
  • Ressonância magnética (em casos específicos)

O diagnóstico precoce é fundamental. Quanto mais cedo o problema for identificado, mais eficiente será o tratamento — e menor o risco de limitações permanentes.

Tratamento: como aliviar a dor e recuperar o bem-estar do pet?

O tratamento para problemas de articulações em cães depende da causa, da idade do animal e da intensidade dos sintomas. Em geral, é multidisciplinar e pode incluir:

1. Controle de peso

O excesso de peso sobrecarrega as articulações, acelera o desgaste da cartilagem e intensifica a dor. Reduzir o peso corporal é uma das medidas mais eficazes para cães com artrose ou displasia, por exemplo.

O veterinário pode indicar uma dieta específica, com controle calórico e nutrientes voltados para o suporte articular.

2. Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos

Esses medicamentos são usados para reduzir a dor e a inflamação. Só devem ser administrados com prescrição veterinária, pois o uso incorreto pode causar efeitos colaterais graves.

Em alguns casos, são usados corticóides ou anti-inflamatórios não esteroidais, sempre com acompanhamento.

3. Suplementação nutricional

Suplementos com condroitina, glicosamina, ômega-3 e colágeno ajudam a proteger a cartilagem, reduzir a inflamação e melhorar a lubrificação das articulações.

Esses produtos são especialmente úteis em estágios iniciais da doença ou como manutenção preventiva.

4. Fisioterapia e exercícios leves

Sessões de fisioterapia com profissionais especializados ajudam a manter a mobilidade, fortalecer a musculatura ao redor das articulações e melhorar o equilíbrio.

Caminhadas leves, natação e exercícios de alongamento também podem ser recomendados — sempre com orientação profissional.

5. Terapias complementares

Acupuntura, laserterapia e hidroterapia são opções complementares cada vez mais utilizadas para aliviar dores articulares em cães, com ótimos resultados em muitos casos.

Exemplo: Kika, uma poodle idosa, passou a fazer sessões de acupuntura após diagnóstico de artrite. Em poucas semanas, mostrou melhora significativa na disposição e no humor.

Uma analogia simples: articulação como dobradiça

Imagine as articulações do seu cão como dobradiças de uma porta. Quando bem lubrificadas e cuidadas, funcionam suavemente. Mas se enferrujam ou são forçadas demais, começam a ranger, travar ou até quebrar. Cuidar das articulações é como aplicar óleo regularmente: um cuidado pequeno que evita danos maiores no futuro.

Uma estatística que merece atenção

Segundo a Associação Americana de Medicina Veterinária, até 20% dos cães com mais de um ano apresentam algum grau de alteração articular. E, em cães idosos, esse número pode ultrapassar 50%.

Esses dados reforçam a importância de observar os sinais e promover a prevenção desde cedo.

O papel da prevenção: o que você pode fazer agora

Mesmo que seu cão ainda não tenha demonstrado sinais de dor, há muito o que fazer para evitar o surgimento de problemas articulares no futuro:

  • Mantenha o peso ideal
  • Estimule atividades físicas regulares e suaves
  • Evite pisos escorregadios
  • Use rampas para acessar móveis ou o carro
  • Ofereça alimentação balanceada e, se indicado, suplementos
  • Faça check-ups periódicos com o veterinário

Cuidar das articulações não começa quando o problema aparece — começa muito antes.

Conclusão

Os problemas de articulações em cães são silenciosos no começo, mas podem se tornar limitantes e dolorosos se ignorados. Observar, agir cedo e seguir um plano de cuidados completo faz toda a diferença na vida do seu pet.

Não espere que ele chore de dor para perceber que algo está errado. Pequenas mudanças de comportamento são grandes alertas — e você, como tutor, é a primeira pessoa capaz de enxergar isso.

Com carinho, atenção e ajuda profissional, é possível devolver leveza ao caminhar, conforto ao descanso e alegria aos momentos que vocês compartilham.

E agora, vale a reflexão: como anda a qualidade de movimento do seu cão?

Perguntas Comuns Sobre Tratar Problemas de Articulação em Cães

1. Cães jovens também podem ter problemas articulares?
Sim. Algumas raças têm predisposição genética e podem apresentar displasia ou outros problemas mesmo na juventude.

2. Devo suspender os passeios se meu cão tem dor nas articulações?
Não necessariamente. Passeios curtos, em ritmo leve, podem ser benéficos. O ideal é seguir a orientação do veterinário.

3. Suplementos funcionam mesmo?
Sim. Suplementos com condroitina, colágeno e ômega-3 ajudam a preservar as articulações, mas devem ser usados com acompanhamento.

4. Posso dar remédio para dor humana ao meu cão?
Não. Muitos medicamentos humanos são tóxicos para cães. Nunca medique sem orientação veterinária.

5. Problemas nas articulações têm cura?
Alguns sim, outros podem ser controlados. O objetivo é melhorar a qualidade de vida, reduzir a dor e manter a mobilidade.